Há realmente leis no céu. Se existe alguma coisa que pode ser muito confortante é reparar que, ano após ano, as estrelas ocupam o lugar que lhes é devido. As estações sucedem-se uma após outra em perfeita harmonia, e em cada (re)começo há sinais celestiais muito particulares que nunca mudam.
Não podia passar despercebido, aos nossos antepassados, o deslumbrante espectáculo que, assim que o Sol se punha, se desenrolava por cima das suas cabeças. E não passou, de todo. Basta folhear o livro. Deparamo-nos com esboços tão familiares como os menires ou Stonehenge, ou com mapas do Mediterrâneo com zonas escurecidas indicando onde não se podia navegar sem contar as estrelas. A tentativa de compreensão era enorme, quase tão grande como o que a razão tentava atingir.
Não é, por tudo isto, "apenas" mais um livro de astronomia. É, acima de tudo, um livro sobre o homem. Do que o fez temer o céu, do que o obrigou a tentar compreender o que era, das crenças inevitáveis que lhe surgiram... e de como a consciência dos fenómenos celestes podia ser vital para a sua sobrevivência. Houve estrelas que, em muitas civilizações, indicaram o tempo para semear e o tempo para colher.
A sua leitura fica recomendada, mesmo àqueles mais renitentes a esta temática e a quem os livros de divulgação científica pouco dizem.
As Leis do Céu, de Juan Antonio Belmonte, da Mareantes Editores, 2003, 288 pág., pvp: 19,80€
edição original (Espanhola)
Las Leyes del Cielo, de Juan Antonio Belmonte, da Temas de Hoy, Junho de 1999, 296 pág., pvp: 14,42€
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