sábado, julho 30, 2005

Books list an affront

Ou de como se pode promover o nacionalismo através dos livros.

Links úteis:
Books Alive 2005
2005 Books Alive Great Reads Guide

sexta-feira, julho 29, 2005

Feira do Livro


Feira do Livro, na Feira Medieval de Óbidos, que decorreu até ao passado fim-de-semana.

quinta-feira, julho 28, 2005

CARTAS A ANDREA - Ana Duart

Querida Andrea:

Erase una vez una niña que amaba las fábulas,
Y leía, leía miles de historias, relatos a cientos.
Y la rueca hilaba, hilaba los sueños...
Las tardes de cine eran su sustento, los héroes míticos, amores secretos.
Desde su butaca tocaba los cielos, y allí descubrió reales misterios...
La niña buscaba subir a otros suelos, tocar con sus manos dulzura y talento.
Pasados los años los astros se fueron, Gregory Peck ha muerto, siento su silencio...
No se por qué te hablo cosas que ya fueron; pero fui feliz, me enamoré de él sin saberlo.
A la nana nana, duérmete mi niña, los astros del cielo acompañen tu mente, las hadas,
Los gnomos, los bosques, las fuentes...
Que el paso del tiempo no cambia los seres,
Sólo la mentira, espesa capa silenciosa, envuelve y fustiga los ecos, las mentes.

Cartas a Andrea, de Ana Duart, editado pelo Grupo Editorial Universitario, Espanha, 2004, 99 págs.

quarta-feira, julho 27, 2005

Nick Hornby

O "nosso" Astianax já se cruzou com as mais recentes edições de livros de Nick Hornby em Portugal.

Radicalmente diferentes, Um Grande Salto é a tradução do seu último romance, A Long Way Down, em que quatro estranhos se encontram no topo de um edifício, no qual procuravam a privacidade necessária para cometer suicídio...

Em 31 Canções, tradução de 31 Songs, podemos mais uma vez entrar no mundo musical do autor, conhecendo as músicas que o têm acompanhado ao longo dos anos e notas pessoais sobre os cantores e as bandas.

Passem pel'O Bairro do Amor, e aguardem pela visita de Nick Hornby ao giradiscos.

terça-feira, julho 26, 2005

Causas comuns

Ontem, uma reportagem da SIC Notícias alertou-me para o perigo bem real de os jornais O Comércio do Porto e A Capital virem a ser encerrados a muito curto prazo. Esta notícia surge pouco tempo depois da saída de Luís Osório do cargo de director d'A Capital. Neste artigo do DN pode ler-se que a aposta da Prensa Ibérica «é na informação local, como O Comércio do Porto».

Talvez. Curioso então que a frase de apresentação a este grupo editorial (que para além de vários jornais espanhóis, controla também a editora Alba), presente na página inicial do seu site, lhe atribua «La mejor cobertura en prensa regional con la gestión más eficaz». Os funcionários dos jornais portugueses pertencentes ao grupo decerto discordarão.

Mais vale comprar um exemplar um exemplar d'A Capital de hoje e perceber porque é que as vendas têm descido:

- na primeira página, para além do óbvio destaque a Mário Soares e à sua suposta candidatura às próximas eleições presidenciais, vejo que o jornal inclui um artigo de três páginas sobre Nick Drake (uma 1ª página de um jornal generalista português a falar de Nick Drake?!);

- a página 2 traz uma pequena ficção de Gonçalo M. Tavares (Ficções do Senhor Kraus, na sequência do senhor Brecht ou de Klaus Klump);

- nas páginas 4 e 5 podem ler-se cinco colunas de opinião, incluindo a de Mário Cordeiro;

- na página 6 só se lêem blogs: A Arte da Fuga, Abrangente, Causa Liberal, O Jumento, Diário Ateísta e Grande Loja do Queijo Limiano (blogues? o que é isso?);

- «Soares admite um combate positivo e com ideias», «"Secreta" israelita sob suspeita", «Cabo Verde está próximo da UE», «O descanso do guerreiro» (ou à descoberta do caminho de Lance Armstrong);

- uma página 26 só para falar de xadrez;

- uma foto de página inteira para Nick Drake, seguida de um excelente artigo sobre o músico inglês, falecido em 1974;

- na última página, mais dois artigos de opinião, de Daniel Sampaio e de Jacinto Lucas Pires, e sim, nenhum jogo de Sudoku à vista.

Não, não chego lá... É melhor comprar a edição de amanhã e tirar as dúvidas.


P.S.: A presença de vários escritores e a ligação à editora Alba, fazem a ponte entre este artigo e o mundo dos livros. No fundo, tudo isto é literatura.
E a morte de um jornal é demasiado marcante para que simplesmente deixemos que isso aconteça à nossa frente.

Book mess

«And feast your eyes on this! A pile of books left out on the dresser. Oh the horror!

Seriously, he gets really irritated by these types of things. He’s so mental. Yesterday I had a few of these “messes” about, and the kids had some toys and dishes in the living room. Get a grip!! Did he not know what type of girl he was marrying when he hopped into the passenger side of my light blue Chevy Spectrum (whose name was Paco, by the way), on our first date and had to move various empty food containers, books, CD’s and papers to sit down??»

Isto faz-me lembrar qualquer coisa...

sexta-feira, julho 15, 2005

Dennis Lehane

Após vários anos arredado da literatura policial, que me acompanhou muitas vezes em longínquos outroras, eis que retorno ao género pela porta maior: Dennis Lehane.

Na feira do livro, com a chancela e a simpatia habituais da Difel/Gótica, adquiri dois livros escritos por este senhor: Shutter Island e Mystic River (Ganda filme!!!!!)

Tendo, quase por completo, "desaprendido" a ler mistérios intrincados, fiz umas viagens... acidentadas, literalmente... de comboio, e passei os olhos por Shutter Island. Acho que posso garantir que, ultimamente, poucos livros me agarraram logo pelos colarinhos desde o início. E quem me conhece diz que não sou moço de pouca leitura... Pois bem, livro devorado até à medula! Com paisagens deslumbrantes como pano de fundo. Mesmo assim, olhinhos e atenção presas ao livro.

As personagens são todas muito fortes, não se nota uma vacilação de coesão em qualquer uma delas, tornam-se rapidamente "reais". E sente-se o livro com todos os sentidos.

A história é inteligente, as pistas são inteligentes (no final do livro lá surgirá a proverbial pancadinha na testa: "Como é que eu não tinha percebido???". É que faz sentido!! Mesmo!!), e Lehane um verdadeiro escritor. Noto que a riqueza textual, verbal e metafórica é igualmente bastante elevada, não se limitando este livro a ser mais uma boa trama policial enredada em frases feitas e dejá-vus literários. Não é mesmo. Trata-se de um livro que é absolutamente capaz de captar os leitores menos atentos a este género de literatura.

Quanto a Mystic River... mesmo depois de se ter visto o filme, ou precisamente por causa disso, o enredo faz todo o sentido. Percebem-se as motivações mais profundas de Jimmy, Sean e Dave, bem como de todos os outros. As pistas indicam uma direcção lógica, e as derivações que surgem são igualmente muito lógicas e altamente prováveis. Novamente, personagens literárias excelentes.


A ler avidamente. Ambos e o resto da obra do autor, que já se encontra na minha lista de "os a seguir".

Uma falha apenas a apontar, e já recorrente: a tradução. Nada se traduz literalmente, e apesar de o exemplo destes livros não ser dos piores, nota-se que, de vez em quando, é necessário imaginar como estaria escrito o original. Não borra a pintura, mas deixa umas dedadas...


P.S. As minhas leituras de policiais da meninice e adolescência foram Sir Arthur Conan Doyle, Agatha Christie, Ellmore Leonard e James Ellroy. Não pretendo fazer nenhuma comparação, especialmente com o primeiro destes autores, mas sinto que estamos perante um futuro autor de culto do género: o rapaz nem 40 anos tem!


Até breve. Boas leituras e um óptimo Verão!!!

quarta-feira, julho 13, 2005

Bibliomania: The Big Book of Big Little Books

«In the thirties and forties a new breed of comic book hit the stands -- the wonderfully chunky little picture books known as Big Little Books. Spiffy miniature hardcovers that fit in the palm of your hand, they told thrilling adventure stories and featured an action-packed illustration on every other page. Now valuable collectors items, Big Little Books are highly sought after by designers, artists, and nostalgia buffs. The Big Book of Big Little Books reproduces jacket art and illustrations from all the classics and tells the history of their most sensational stars, including Buck Rogers, Dick Tracy, Betty Boop, and Mickey Mouse. Covering all the genres, from science fiction to detective mysteries, from humor to the high seas, The Big Book of Big Little Books is a golden opportunity to witness the fabulous graphic design of the thirties and forties, and a special treat for the millions who love comics.»

P.S.: Noutros tempos, o pilha tinha algumas secções temáticas (como as dedicadas ao cinema e à tradução), com posts regulares, mas que caíram um pouco no esquecimento, com a falta de tempo para nelas investir. Hoje tento recuperar esse espírito. Este é o primeiro de uma nova série intitulada Bibliomania, dedicada a uma das minhas paixões, livros sobre livros. Como sempre, a casa está aberta a sugestões.

Boas férias :)

segunda-feira, julho 04, 2005

«- Somos pobres porquê? -, perguntou a criança.»

«- Escuta, pequeno, vai-te sentar num canto e deixa-me trabalhar. Se somos pobres é porque Deus nos esqueceu, meu filho.
- Deus! -, exclamou a criança. - E quando se lembrará ele de nós, meu pai?
- Quando Deus esquece alguém, é para sempre.»

Aqui ao lado, no Letras À Solta, um velho conhecido do pilha volta à mesa de leitura.

domingo, julho 03, 2005

Inquérito literário

Não sou mesmo nada pontual nesta coisa dos inquéritos, mas como sou teimoso, cá vai.

Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
«Na penumbra, uma página se abriu, como uma pluma de neve, as palavras delicadamente traçadas na superfície branca. Na confusão, Montag apenas teve um segundo para ler uma linha, mas essa linha brilhou no seu espírito durante todo o minuto seguinte, como marcada a ferro em brasa: O tempo adormeceu sob o sol da tarde

Já alguma vez ficaste apanhadinho por uma personagem de ficção?
Decerto que sim...

Qual foi o último livro que compraste?
Deve ter sido As Cabeças Trocadas, de Thomas Mann.

Qual foi o último livro que leste?
The State of Poetry, de Roger McGough (é só descer um bocadinho, até dia 18 de Junho).

Que livros estás a ler?
A Morte em Veneza, de Thomas Mann;
e mais uns quantos que estão por cima das pilhas neste momento.

Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
A Montanha Mágica, de Thomas Mann;
Ulisses, de James Joyce;
Guerra e Paz, de Lev Tolstói;
Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski;
Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez.

A quem vais passar este testemunho (3 pessoas) e porquê?
Como perdi o rasto a quem já respondeu, quem quiser pegar na deixa faça favor de picar o ponto na caixa de comentários aqui em baixo.