Dias, Fumo, de Antonio Saéz Delgado, e Assim se deixa uma casa, de Ruy Ventura, são duas novidades de poesia da Alma Azul. Para além de serem edições bilingues (português e castelhano), há algo mais que as une.
«La noche abre sus ojos infinitos y se hace imposible reconocer los pocos restos de vida abandonados tras estas paredes.
En la memoria resuena la más triste de todas las canciones. Te habla del miedo y de sueños que son llagas en el desierto de los años. Arena y ceniza se mezclan hasta dibujar el perfil exacto del tiempo.» pág. 14
«A noite abre os seus olhos infinitos e torna-se impossível reconhecer os poucos vestígios de vida abandonados por detrás destas paredes.
Na memória ressoa a mais triste de todas as canções. Fala-te do medo e de sonhos que são chagas no deserto dos anos. Areia e cinza misturam-se até desenharem o perfil exacto do tempo.» pág. 15
«os livros
resguardam a sala do
vento
que a meio da tarde
atravessou todo o vale» pág. 55
«los libros
protegen la sala del
viento
que en medio de la tarde
atravesó todo el valle.» pág. 54
Ruy Ventura, nascido em Portalegre em 1973, é o tradutor de Dias, Fumo. Por sua vez, António Sáez Delgado, nascido em Cáceres (Espanha) em 1970 e professor de literatura na Universidade de Évora, traduziu Assim se deixa uma casa para o castelhano, para além de ter escrito o prefácio a essa obra.
Mais uma vez a Alma Azul descentraliza a edição nacional, desta vez trazendo-nos poéticas de ventos alentejanos e espanhóis.
Decorre hoje uma sessão de apresentação destes 2 livros na livraria Ler Devagar, a partir das 19h. José Luís Peixoto fará a apresentação das obras.
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