...e também não é por roubar um pássaro ou um livro, que logo dá aos amigos, que o Alba tem as mãos sujas. chartapaciu@gmail.com
sábado, outubro 03, 2009
sexta-feira, outubro 02, 2009
sexta-feira, agosto 28, 2009
relembrando o Alba
«Ouvi falar pela primeira vez no Sebastião Alba nas aulas de Literatura Africana de Expressão Portuguesa, quando, na universidade, estudava para doutor de letras & tretas. O professor, muito academicamente, referiu-se ao branco com alma de negro e recomendou-nos a leitura de O Ritmo do Presságio e de A Noite Dividida. Não me preocupei a procurar os livros na biblioteca da instituição e muito menos numa livraria - na altura o dinheiro mal dava para a cerveja diária que um estudante tinha de consumir para não ser mal visto pelos colegas. Mas realmente os livros não me interessavam. Primeiro porque eu andava a ler o Castro Soromenho e o Luandino Vieira e depois porque eram de poesia, coisa que pouco me atraía.
Ficou-me pois o nome na cabeça juntamente com muitos outros que nunca li nem estava nos meus horizontes ler. Mas sempre era cultural saber-lhes os nomes e um ou dois títulos das obras que escreveram e que têm feito a volúpia de alguns, para, numa tertúlia, não ficar mal visto diante daqueles que leram e consideram os não ledores pouco acima da gentalha que adormece à frente da televisão e vai à bola.
Algum tempo depois, conheci o José Vieira e o Vergílio Alberto Vieira, e a minha aversão à poesia foi mudando a ponto de até eu próprio começar a alinhar uns versos de rima toante. Nas conversas que íamos tendo, vinha de vez em quando à baila o Sebastião Alba, que eu julgava a viver nalguma senzala africana. Afinal estava bem enganado. O Sebastião Alba era quase meu vizinho. Aliás, em certas tardes de calor, poderia dizer que era mesmo meu vizinho. À frente do prédio dos meus pais há um relvado com a sombra apetitosa de um choupo e não imaginava eu que o desgraçado que ali se deitava a dormir a sesta com uma garrafa de vinho tinto ao lado era o autor de A Noite Dividida.»
texto de José Leon Machado, para ler completo aqui
Ficou-me pois o nome na cabeça juntamente com muitos outros que nunca li nem estava nos meus horizontes ler. Mas sempre era cultural saber-lhes os nomes e um ou dois títulos das obras que escreveram e que têm feito a volúpia de alguns, para, numa tertúlia, não ficar mal visto diante daqueles que leram e consideram os não ledores pouco acima da gentalha que adormece à frente da televisão e vai à bola.
Algum tempo depois, conheci o José Vieira e o Vergílio Alberto Vieira, e a minha aversão à poesia foi mudando a ponto de até eu próprio começar a alinhar uns versos de rima toante. Nas conversas que íamos tendo, vinha de vez em quando à baila o Sebastião Alba, que eu julgava a viver nalguma senzala africana. Afinal estava bem enganado. O Sebastião Alba era quase meu vizinho. Aliás, em certas tardes de calor, poderia dizer que era mesmo meu vizinho. À frente do prédio dos meus pais há um relvado com a sombra apetitosa de um choupo e não imaginava eu que o desgraçado que ali se deitava a dormir a sesta com uma garrafa de vinho tinto ao lado era o autor de A Noite Dividida.»
texto de José Leon Machado, para ler completo aqui
quinta-feira, agosto 20, 2009
terça-feira, agosto 18, 2009
quinta-feira, julho 16, 2009
segunda-feira, junho 29, 2009
O Império dos Dragões - Valerio Massimo Manfredi
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Devo confessar que após a leitura da trilogia Alexandre, o Grande, custou-me acreditar que o mesmo autor conseguisse atingir um grau de envolvência tão superior entre a obra e os seus leitores, como acontece agora com o seu último romance, O Império dos Dragões.
Será de todo fundamental e prioritário que se tome noção que este romance é uma viagem que levará o leitor da Anatólia até à China, levando como companhia primária o grande protagonista que é Metelo, Marco Metelo Áquila, legado da Segunda Legião Augusta.
A narrativa transporta-nos para um período que ficará conhecido na História como “Anarquia Militar” (235-268), mas mais precisamente para o ano 260, na cidade de Edessa, na Anatólia, cidade que se vê na iminência de ser invadida pelos Persas. Devo fazer referência ao leitor que esta cidade não é o único foco de grande perigo para o Império Romano, já que mesmo a própria “Itália” se encontra por várias vezes em risco de ser invadida por outros grandes e portentosos inimigos Romanos, os Germanos, chegando estes a penetrar territórios tão distantes como a Grécia ou os Balcãs. Esta terrível situação levará mesmo o Imperador Valeriano (253-260) a dividir o Império entre si e o seu filho Galieno, como forma de melhorar a estabilidade administrativa assim como a eficácia militar do Império. Valeriano, Imperador Romano, aceita encontrar-se às portas da Cidade de Edessa, com Sapor I, Rei dos Persas, com o intuito de ser encontrada a paz: no entanto, este suposto encontro não é mais do que uma armadilha, que levará ao cativeiro Valeriano, assim como os seus homens, sendo de realçar o comandante Metelo.
Este cativeiro será o ponto de partida de todas as aventuras, tensões e confrontos, que farão do leitor mais um companheiro de viagem de Marco Metelo, dos seus Centuriões Quadrato e Balbo, do Optio Antonino Salustio, assim como dos sete Legionários Emílio, Septímo, Luciano, Públio, Rufo, Severo e Marciano. Viagem esta que nos mostrará a intensidade dos combates em que somos transportados por Manfredi para o palco principal, fruto da sua intensidade narrativa, assim como criativa arte pictórica de paisagens e tensões bélicas.
O Império dos Dragões oferece ao leitor uma viagem mais longínqua que a do próprio Alexandre, levando cada um dos participantes destas páginas, a uma viagem entre as planícies canículas dos desertos Persas, passando pelas florestas da Índia, montanhas gélidas dos Himalaias, até ao incompreensível coração da China.
texto de Paulo M.
domingo, junho 14, 2009
quarta-feira, junho 03, 2009
terça-feira, junho 02, 2009
sexta-feira, maio 29, 2009
sábado, maio 23, 2009
sexta-feira, maio 22, 2009
Liliana... (Um Livro Aberto)
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(E afinal era ela que vivia numa ilha deserta...)
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da distante alexandria; Miguel João Ferreira
quinta-feira, maio 21, 2009
Do Medo (Livre/o Abordagem)
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Florentina era uma pequena parte da sociedade exterior, uma parte ínfima de si mesma.
quarta-feira, maio 20, 2009
Estranha Rábula
terça-feira, maio 19, 2009
A Vantagem da Ingenuidade
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À medida que cresce torna-se mais tolerante e habitua-se:
A maturidade constrange a imaginação.
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historiografias Miguel João Ferreira
segunda-feira, maio 18, 2009
domingo, maio 17, 2009
sábado, maio 16, 2009
Breve História de Um Sábio de Berlim
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Um dia, de tanto ler paredes e pilares, o castelo ruiu; e Herr Alleswisser achou-se soterrado sob a sua cultura e viu-se nu, com fome, com sede, exposto à bruta crueza do Mundo.
Hoje, Herr Alleswisser é um sem abrigo e vive debaixo da ponte Erscheinigungsbrücker, onde passam os carros que seguem para Berlim Oriental.
Só quando confrontado com a vertente prática das ruas que apenas conhecia como ideia nesses livros que lia é que Herr Alleswisser compreendeu que a Literatura, só por si, não constitui a Cultura. Que ser culto, implica viver na mesma proporção em que se teoriza, sob pena de o sabor de uma carne ou de um peixe não ser a carne ou o peixe mas apenas uma sensação de saliva que surge à boca ao pensar-se uma iguaria abstracta que não é mais do que metáfora.
Ao descobrir isso, Herr Alleswisser obteve o impensável: perdeu tragicamente o seu castelo, para encontrar na condição de sem-abrigo aquela completude que buscava.
Dulcineia, meus Quijotes, está ao virar da esquina, não ao virar da página!
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da distante alexandria,
Miguel João Ferreira
sexta-feira, maio 15, 2009
Livro Branco
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(O que criei de mim, foi o que li).
quinta-feira, maio 14, 2009
O Leitor Conquistador (Uma Aventura)
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Depois mergulhava no seu conteúdo com a sinceridade do amor adolescente, que dá a alma por uma descoberta; e a cada página repetia o exercício, numa nova conquista. Casanova lia e amava e lendo e amando mentia, com renovadas promessas. Mas a sua infidelidade, por tão intensamente profunda, resultava afinal como uma coisa idónea.
(Casanova, contra si mesmo, era um burlão honesto...)
quinta-feira, maio 07, 2009
Passatempo Mar das Especiarias
Terra de vegetação luxuriante, orografia acentuada, vulcões extintos e fraca densidade populacional, a ilha das Flores é um desses locais paradisíacos, mas raramente visitados, com que frequentemente nos deparamos no extenso arquipélago indonésio. Os próprios javaneses, que têm o seu Algarve na turística ilha de Bali, raramente se aventuram nesta latitude, considerando até que as Flores são já «território ultramarino». As ligações marítimas com as restantes ilhas são escassas e a qualidade dos aviões que para aqui voam, de Jacarta ou de Denpasar, via ilha de Sumbawa, deixam bastante a desejar.
Aqui, pouco ou nada resta da corrente civilizacional hindu que tomou de assalto Java e Samatra, ilhas mais a norte, tendo prevalecido os cultos animistas tribais que souberam imiscuir-se no cristianismo e no islamismo, as religiões que se seguiriam. Ainda hoje, os centros urbanos são pouco significativos e a organização territorial, em vez de se fazer em distritos, faz-se em «regências», resultado de uma época em que o destino desta bela ilha estava na mão de rajás locais.»
Assim começa Mar das Especiarias - A viagem de um português pela Indonésia, da autoria de Joaquim Manuel Magalhães, com prefácio de Ana Gomes (ex-Embaixadora de Portugal em Jacarta), e introdução de António Pinto da França. Editado recentemente pela Editorial Presença, este livro traz-nos 242 páginas de descoberta da influência portuguesa neste país, recheadas de depoimentos, entrevistas e fotografias recolhidos pelo autor.
O pilha-livros tem mais uma vez o prazer de se associar à Editorial Presença, através dum passatempo que irá oferecer alguns exemplares desta obra. Assim, os primeiros quatro participantes a responder correctamente à seguinte pergunta, receberão um exemplar de Mar das Especiarias, oferta da Presença: este é o primeiro livro de uma nova colecção da Presença, dedicada à literatura de viagens - qual o nome dessa colecção?
As respostas deverão ser colocadas na caixa de comentários deste post.
sábado, maio 02, 2009
Não, mas tenho uma biografia do Fidel
Basta cinco minutos e três clientes, que procuravam o primo Basílio, o diário de Anne Frank e as lições do Tonecas, para ilustrar que vai ser necessária pelo menos uma 80ª edição para mostrar que esta é uma Feira de editores.
sexta-feira, maio 01, 2009
Já abriu
Dizia o meu colega de pavilhão (vá, há que dizer que houve alguma evolução dos barracos de sempre) que parece que estivemos ontem a desmontar a feira. É verdade, e o Natal é já a seguir. Mas por enquanto, e até dia 17, é passar pelo Parque Eduardo VII, cheio de livros e belas paisagens.
terça-feira, abril 21, 2009
15 de Setembro é já amanhã
O novo Dan Brown estará aí muito a tempo do Natal. Mas não deixeis para amanhã o que podeis fazer hoje: cinco milhões de exemplares desaparecem num lusco-fusco.
sexta-feira, abril 17, 2009
O fim de um mito
sexta-feira, março 27, 2009
terça-feira, março 24, 2009
Passatempo Orhan Pamuk - Outras Cores
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pág.240
Acaba de chegar às livrarias portuguesas mais um livro de Orhan Pamuk, vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 2006. Outras Cores – Ensaios sobre a Vida, a Arte, os Livros e as Cidades, é uma colectânea de ensaios, entrevistas e contos sobre os mais diversos aspectos da vida de Pamuk. É já o oitavo livro deste autor turco que a Editorial Presença traz até nós: desde a atribuição do Nobel, já foram traduzidos A Vida Nova, O Meu Nome é Vermelho, Neve, Istambul - Memórias de uma Cidade e A Casa do Silêncio.
O pilha-livros tem o prazer de se associar à Editorial Presença, através dum passatempo que irá oferecer alguns exemplares desta obra. Assim, os primeiros quatro participantes a responder correctamente à seguinte pergunta, receberão um exemplar de Outras Cores, oferta da Presença: quais os títulos dos livros de Orhan Pamuk que a Presença já tinha editado antes do autor receber o Prémio Nobel da Literatura?
As respostas deverão ser colocadas na caixa de comentários deste post.
terça-feira, março 17, 2009
segunda-feira, março 16, 2009
quarta-feira, março 11, 2009
Amor e Ódio - Filipe Nunes Vicente
Ao contrário do que se diz, estamos a criar gerações de gente rija. Prometemos amor e carinho e depois oferecemos instituições, psicólogos, avós, amas. Desde cedo ficam habituados a horários e adaptações – ontem na mãe, hoje no pai, amanhã no ATL até às nove da noite. Desenvencilham-se bem, os gaiatos. Como raramente têm irmãos, habituaram-se a ter por companhia tamagotchis electrónicos e amigos virtuais.
Esperem pela retribuição.
LXX
O miúdo tem dez anos. Sai de casa às oito, chega às seis, lancha e vai aprender línguas ou futebol. Volta a chegar às oito (mas da noite), toma banho, janta bem, estuda qualquer coisa (três vulgatas optimistas). São 23h. Talvez internet, talvez telemóvel; adeus pai, adeus mãe.
Não brinca, não respira. E amanhã é outro dia.
Como é que daqui vai sair um cidadão é coisa que me transcende.
do blogue Mar Salgado, e do livro, publicado na Quetzal
sábado, março 07, 2009
terça-feira, março 03, 2009
quinta-feira, fevereiro 19, 2009
quinta-feira, fevereiro 12, 2009
E a sugestão da casa para o Dia dos Namorados é...
«Depois de quatro anos de casamento ambos concluímos que já não era possível entendermo-nos e, por essa razão, cessámos todas e quaisquer tentativas de reconciliação.
(...)
- Não me mintas, bruxa! - gritei, e agarrei-lhe o braço com a mão esquerda. Mas ela conseguiu escapar-me. Então, sem largar o punhal, apertei-lhe a garganta com a mão esquerda e comecei a estrangulá-la. O seu pescoço parecia tão robusto! Com as duas mãos conseguiu afastar os meus braços da garganta; e como se já estivesse à espera que isto acontecesse, cravei o punhal com toda a força do meu ser no seu lado esquerdo, por baixo das costelas.»
(...)
- Não me mintas, bruxa! - gritei, e agarrei-lhe o braço com a mão esquerda. Mas ela conseguiu escapar-me. Então, sem largar o punhal, apertei-lhe a garganta com a mão esquerda e comecei a estrangulá-la. O seu pescoço parecia tão robusto! Com as duas mãos conseguiu afastar os meus braços da garganta; e como se já estivesse à espera que isto acontecesse, cravei o punhal com toda a força do meu ser no seu lado esquerdo, por baixo das costelas.»
do Ensaio Sobre o Ciúme, de Leon Tolstoi, edição Coisas de Ler
terça-feira, fevereiro 10, 2009
Sai mais uma lista!
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O Guardian elaborou mais uma lista de indispensáveis, com o original título «1000 novels everyone must read». A minha pergunta é: porquê parar nos mil? Ou mil e um? Ninguém tem a coragem de fazer a lista dos dez mil livros para ler antes de fazer 62 anos? Ou dos vinte mil indispensáveis romances para se ser um intelectual?
Faz-me lembrar a história que o sr.Afonso contava, do cliente que chegou à gráfica e pediu dois metros de livros, encadernados, assim com esta altura, para tapar um buraco lá no móvel.
quinta-feira, janeiro 22, 2009
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