terça-feira, junho 08, 2004

O JOGO DAS NUVENS - Johann Wolfgang Goethe

"Mas ele, Howard, homem clarividente,
Com a sua doutrina ensinou toda a gente.
O que o céu não retém e o sentido não vê,
Ele primeiro o fixa, e enfim o lê;
Dá forma ao informe, seu domínio estreita,
Com o nome certo - honra lhe seja feita! -
A nuvem sobe, adensa, esgarça, desce,
E o mundo pensa em ti e agradece."
Pág. 80

Como uma reunião de textos que é, este livro separa-se em várias partes. Na primeira, deveras interessante, estão os textos em que Goethe se debruçou sobre a classificação das nuvens, e teorias sobre as suas transformações. No final deste texto damos por nós, inconscientemente a olhar para o céu e a pensar "será stratus? será cirrus?" Quando o nosso entusiasmo está no auge, entramos num entediante díario de formas de nuvens, que custa imenso a passar. Quando estamos à beira de desisitir, somos presenteados com deliciosas poesias.

O Jogo das Nuvens, Johann Wolfgang Goethe, selecção tradução, prefácio e notas de João Barrento, Assírio & Alvim, 2003, 108 páginas

"Se a região superior, com a sua energia dissecante, capaz de absorver e dissolver em si a água, vence a disputa, estas massas concentradas dissolvem-se e desfiam-se nas pontas superiores, elevam-se em flocos e nós vemo-las como cirrus que acabam por desaparecer no espaço infinito. Mas se for a região inferior a vencer, a zona mais propícia a atrair a si a mais densa humidade e a mostrá-la em gotas sensíveis, então a base horizontal do cumulus desce, a nuvem alarga-se e forma um stratus, fica parada ou anda, alternadamente, e acaba por cair na terra sob a forma de chuva, fenómeno que, conjuntamente com o anterior, recebe o nome de nimbus." pág. 75

Este é um livro que certamente agradará a quem estiver realmente interessado em saber mais sobre os jogos que as nuvens brincam por cima das nossas cabeças. Para os meros curiosos, saltem as partes que não interessam!

Sem comentários: