sábado, abril 10, 2004

Esta semana, no Mil Folhas

«Mas não gosto muito de escrever, não sinto prazer. Tenho mais facilidade em encontrar os erros dos outros do que meus. Tenho de corrigir dez mil vezes cada página. Em voz alta, para perceber a musicalidade.
Isso é um pouco estranho, não?
Se existisse o diabo e o pacto com o diabo, eu fazia um [risos]. Vendia a alma por dez novelas geniais aqui mesmo. E teria toda a fama, toda a glória... Não gosto de escrever, gosto de ensinar. O que penso é que quem gosta de ensinar a escrever tem de provar que sabe escrever... O meu leitor ideal é o jovem que se maravilha com a maravilha da literatura. Como os meus alunos. É para eles que escrevo.»

Quem fala assim é Diego Paszkowski, argentino nascido em 1966, que acaba de ver publicado em Portugal o seu "O Outro Gómez". Deu uma entrevista a Ana Cristina Pereira, que também fez uma análise da obra. Nele, William Puente, um bancário divorciado rendido a uma vida monótona, é raptado depois de o confundirem com um importante membro dum cartel de droga boliviano. Não conseguindo (ou não querendo) corrigir o engano, começa aí a questionar a sua existência tal como a conheceu até ali.
Pelos meandros da máfia e do narcotráfico, mais um policial da colecção Gin Tónico, editado pela Ambar.

"Ma Yan tem catorze anos e vive na província de Ningxia, no noroeste da China. Filha de camponeses pobres, sabe desde cedo que a espera uma vida difícil. Porém, quando se apercebe de que os pais não têm meios para a manter na escola, todos os seus sonhos se esfumam.
Numa missiva pungente, Ma Yan descreve toda a revolta e impotência que sente face a um destino impiedoso. A mãe, transtornada pelo desespero da filha, confia a carta, bem como os três pequenos cadernos que perfazem o diário íntimo da filha, a um grupo de cidadãos franceses que estão de passagem por aquela aldeia do fim do mundo. Entre eles está o jornalista Pierre Haski… O pedido de ajuda acabará por chegar a bom porto!"

Assim se pode ler na promoção a "O diário de Ma Yan", o livro que Pierre Haski publicou, e no qual faz um enquadramento de toda a história desta menina, que agora já tem possibilidades para viver mais condignamente. Alexandra Pereira Coelho entrevista Pierre Haski, e mostra-nos um pouco desta obra, editada em Portugal pela Asa.

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