sábado, abril 01, 2006

Pride and Prejudice


Acabei há uns dias de ler em versão mixada Orgulho e Preconceito de Jane Austen, um livro recomendado por um amigo. Passo a explicar:
O dito cavalheiro emprestou-me um exemplar no original, dando-me o exíguo prazo de 5 dias para o acabar, após o qual iríamos hipoteticamente ao cinema ver o filme com o mesmo título, que está agora nas salas. Ou então ao jardim zoológico. Passados os 5 dias, ia eu na página 2, resolvi dirigir-me à Fnac para dar um avanço aos capítulos. Li umas 50 páginas da tradução portuguesa em meia hora e voltei para casa, para o meu quarto, para a versão original, cheia de entusiasmo e curiosidade. Por volta da página 120, não aguentei mais tanta lentidão e abracei a versão portuguesa, que acabei de um trago.
Jane Austen, criticando sarcasticamente os esquemas e os códigos da sociedade inglesa abastada (also known as burguesia) do século XVIII, provoca no leitor essa vontade universal que é a de cuscar, esse desejo terrível de esmiuçarmos a trica do momento, o acidente que origina a acção, o demónio especulativo que nos escraviza a curiosidade e nos revela a verdadeira miséria que é a da natureza humana.
Ironicamente, Elisabeth, personagem principal, (personagem antípoda à da sua própria mãe), a que aparenta ser mais consciente da sua condição e aquela que nos dá uma visão do mundo que será a mais aproximada da da própria autora, acaba por casar bem, ser o orgulho da sua progenitora e a inveja dos vizinhos.
Casar bem e ser a inveja dos vizinhos é o leitmotiv da acção.
Se o meu inglês fosse melhor, compraria certamente o livro que que encontra na fotografia aqui ao lado. Decerto um excelente manual para o estudo da natureza humana e do seu instinto de sobrevivência.
E para finalizar, servir-me-ei duma expressão que há dias me encheu os olhos no Destak, o jornal que mais leio: "Orgulho e Preconceito" pode de facto ser considerado um estudo sobre alpinismo social.

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