Nota no final do livro O Caminho para a Felicidade, de L.Ron Hubbard, editado pela Magnólia:
«Talvez este seja o primeiro código moral não-religioso que é totalmente baseado no senso comum. Foi escrito por L. Ron Hubbard como uma obra individual e não faz parte de qualquer doutrina religiosa. Qualquer reimpressão ou distribuição individual deste livro não significa uma ligação ou o patrocínio de qualquer organização religiosa. É, por isso mesmo, admissível que departamentos governamentais e funcionários do governo distribuam esta publicação como uma actividade não-religiosa.»
Autor do célebre Dianética e de muitos outros livros, L. Ron Hubbard foi também o fundador da Igreja da Cientologia. Os seus textos têm tido utilizações bastante variadas, inclusivamente pelo governo dos EUA, que no entanto está impedido, pela Constituição, de impôr ou promover uma religião aos seus cidadãos.
Para evitar confusões (e processos nos tribunais), este livro é publicado com uma nota (traduzida da edição original), a avisar que o seu conteúdo não está relacionado com os mandamentos cientológicos que o seu autor também criou. Como a Constituição Portuguesa também diz que «As igrejas e outras comunidades religiosas estão separadas do Estado», esta observação final permite que o Estado português possa utilizar os ensinamentos de Ron Hubbard para nos ajudar a alcançar a felicidade.
A ministra da Educação poderá dar uma aula de História do século XX e citar a seguinte passagem:
«foram necessárias revoluções violentas para lidar com eles ou uma Segunda Guerra Mundial para nos livrarmos de um Hitler, e esses foram acontecimentos muito infelizes para a Humanidade. Esses não aprenderam. Eles deleitavam-se com dados falsos. Recusaram todas as evidências e as verdades. Tiveram de ser eliminados.» (pág. 134)
E porque não sugerir ao ministro Manuel Pinho que realize uma série de conferências nas fábricas desse país fora para levantar a moral?
«Salvaguarde e melhore o seu ambiente. Mantenha uma boa aparência.
Por vezes não ocorre a alguns indivíduos - visto que não têm de passar o dia a olhar para si mesmos - que eles fazem parte do cenário e da aparência dos outros. E alguns não compreendem que são julgados pelos outros com base na sua aparência.
Embora as roupas possam ser caras, o sabão e outros utensílios de cuidado pessoal não são difíceis de arranjar. As técnicas são por vezes difíceis de encontrar, mas podem ser desenvolvidas. (...)
Ao fazer exercício ou trabalhar, a pessoa pode ficar bastante suja. Mas isso não a impede de se lavar e limpar. E alguns operários ingleses e europeus, por exemplo, conseguem manter uma certa classe na aparência, mesmo quando trabalham.» (págs. 75 e 76)
Sejam felizes, sim?
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