Estes são dois excertos da entrevista que Nelson de Matos deu ao Sexta, em Abril, que podem ser lidos aqui. Mas que estão perfeitamente actuais.
Anuncia-se agora a publicação do novo livro de Manuel Alegre, Sete Partidas, depois de também já ter saído um livro de contos de Pepetela. Acho muito bem. Principalmente porque reflecte a qualidade do trabalho editorial. Por isso, vamos fazer um pequeno exercício e deixar que os leitores deste blog tentem adivinhar qual das seguintes passagens pertence a José Cardoso Pires (e ao livro Lavagante, encontro desabitado) e a Imogen Lloyd Webber (e ao livro Guia para Meninas Solteiras, Conselhos para miúdas sexy e independentes), dois livros que ficam muito bem lado a lado:
«Digo que Cecília é um punhado de instantes luminosos, dispersos no tempo e arrastados pela voz de um companheiro que a evoca. Mas (interrogo-me) em que medida esses instantes não foram mais do que "o strip-tease intelectual das jovens independentes" (frase de Daniel) e em que medida ele próprio não soube resistir à curiosidade que há em todo o amador e em particular no amador de mulheres?»
«Há outro tipo de amigalhaço que também é fundamental - o Namorado Platónico, um amigo homem que não beijas mas com quem tens um pouco de tensão sexual, e que é possível que desapareça se te envolveres numa relação a sério. Eu adoro Namorados Platónicos. São muito úteis já que tratarão da tua bricolagem e correrão atrás de ti de um modo que nunca fariam se dormisses com eles.»
Há que compreender que, e ainda nas palavras de Nelson de Matos, «Hoje os editores nem sequer lêem os textos». Valha-nos os que lêem.
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