«O presente livro tem o propósito de fornecer mais um elo para o conhecimento de Fernando Pessoa inserido na sua época e constituir mais uma achega para o percurso do poeta, filósofo, desconstrutor dos universos humanos. O poeta múltiplo que procurava a unidade.(...)
Fernando Pessoa sempre guardou, com determinação, na célebre arca, todos os seus escritos e as cartas dos familiares e amigos. Apesar das várias deambulações pela cidade de Lisboa, onde a perda de outro tipo de bens nunca o preocupou, cuidou da sua obra e zelou pelo valor afectivo das cartas que lhe dirigiram. Este foi o património que, a par dos livros, sempre o acompanhou nas diversas mudanças, forçadas ou voluntárias. São fontes fidedignas para lhe traçar um perfil. Sem esse precioso espólio, este livro não seria possível.
Para além das cartas, a família conserva outros documentos, manuscritos ou impressos, e objectos vários que, não tendo um valor propriamente literário (salvo raras excepções), podem ter algum valor biográfico. Basicamente, procurei reunir algum material susceptível de interessar os leitores e estudiosos de Fernando Pessoa.»
Quem o diz é Manuela Nogueira, escritora, sobrinha de Fernando Pessoa, no livro Fernando Pessoa - Imagens de uma Vida, editado pela Assírio & Alvim, e que é o motivo de mais uma tertúlia a realizar na Livraria Almedina do Atrium Saldanha, em Lisboa, esta 3ª feira, 29 de Novembro, pelas 19 horas.Um dia antes da passagem dos 70 anos da morte do autor, revisita-se a sua vida, as suas memórias e as suas palavras num encontro em que a convidada especial é Manuela Nogueira, mas aberto a todos os que gostam de uma boa conversa.
«Muito para além das considerações ideológicas está o homem. José Cardoso Pires sempre assumiu, de forma transparente e simples, a existência sob a forma da descontracção e da autenticidade. Por esse motivo, terminamos esta breve nótula de homenagem com Cardoso Pires visto por Cardoso Pires, num excerto do auto-retrato Fumar ao espelho:
Herman, editado originalmente em 1988, foi adaptado ao cinema em 1990, com realizaçao de Erik Gustavson.

