sexta-feira, março 01, 2013

Salazar visto pelos seus próximos (1946-68) - Jaime Nogueira Pinto (organização)

«Reunir os testemunhos de colaboradores próximos de Salazar pode ter - tem - o interesse de trazer elementos sobre o «factor humano» de alguém que passa por não o ter tido; ou, pelo menos, de levar tal factor em pouca conta. Na verdade, de Salazar ficou sobretudo a obra - (ou as obras), académica, governativa, político-doutrinária -, obras julgadas ou pelo menos qualificadas com perspectivas antípodas pelos contemporâneos, consoante admiradores ou críticos, segundo estiveram com ele ou contra ele. Ainda hoje.»
pág.XI (Prefácio, Jaime Nogueira Pinto)
 
 
«De tal resultaram pressões intensas sobre Portugal, coniderando-se que, após mais de vinte anos de regime autoritário - embora autoritarismo limitado pelo Direito e pela Moral cristã, e não totalitário -, seria o momento de o Estado Novo dar lugar a uma democracia pluralista. Mas havia pelo menos uma razão decisiva - repete-se decisiva - que impedia o estabelecimento, na época, em Portugal, dessa democracia pluralista. É que a influência que, em semelhante democracia, poderia surgir e decerto surgiria da parte de movimentos esquerdistas, inclusivamente socialistas-democráticos e socialistas-comunistas, conduziria à impossibilidade de manter a integridade do Conjunto Português - Metrópole e Ultramar -, mesmo dentro da Solução Portuguesa e da Política Ultramarina Portuguesa que adiante se referirão. Insiste-se: o estabelecimento, então, de uma democracia pluralista em Portugal teria como consequência, imediata ou a curto prazo, a perda do seu Ultramar.»
págs.125-126 (Kaúlza de Arriaga)
 
Salazar visto pelos seus próximos (1946-68)
Jaime Nogueira Pinto (organização), Luís Filipe Leite Pinto, Kaúlza de Arriaga, António da Silva Teles, et al
Bertrand Editora
2ª edição (Maio 1993)


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