...e também não é por roubar um pássaro ou um livro, que logo dá aos amigos, que o Alba tem as mãos sujas. chartapaciu@gmail.com
terça-feira, março 28, 2006
It's Sushi Time!
E porque não falar em livros de culinária?
Em livros de... sushi!
É praticamente Verão, a hora mudou e já muitos andam de manga curta e de sabrina calçada. E como alimentar este estado de espírito?
Com cozido à portuguesa?
Feijoada?
No way. Isso era dantes...
E porque os restaurantes são caríssimos e estamos em tempo de crise... é tempo de aprender a fazer sushi!
Para isso, temos dois excelentes manuais que lhe queremos recomendar:
Para iniciados:
Rápido & Saboroso: sushi, da Gama editora.
Para o nível dois:
Sushi, de Barber, Kiniki e Takemura, Hiroki, da editora Civilização.
Arranje as suas espadas de samurai, vá à praça em busca do peixe fresquinho (pode tentar alguns supermercados de renome, mas assim é mais giro), vasculhe os bazares orientais (sim, esses que são às dúzias na sua rua), e deite mãos à obra... mas tenha cuidado para não as decepar.
Finalmente, enjoy! (ou como dizem os japoneses, "Mnham, mnham!")
Ass: Cristina e Helena
quinta-feira, março 23, 2006
Título do Ano 2006: 1ª nomeação
Como Ganhar Uma Fortuna dos Diabos e Ainda Assim Ir Para o Céu, no original, How to Make One Hell of a Profit and Still Get to Heaven, de John Demartini, foi editado recentemente pela editora Pergaminho, inserido na colecção Desenvolvimento Pessoal.
Na apresentação pode ler-se «Este livro vai ajudá-lo a atingir os seus objectivos financeiros, pois apresenta uma forma totalmente nova de compreender e visualizar a natureza dos bens materiais. Os princípios e metodologias aqui explicados permitir-lhe-ão desenvolver uma relação saudável com a riqueza material – e espiritual – que está sempre ao seu alcance».
Mais informação sobre o livro e o autor no seu site pessoal, em drdemartini.com, onde se pode encontrar na página inicial um dos segredos para ganhar uma fortuna dos diabos: «Do you desire to achieve your full potential? Well, now you can through the purchase of Dr. Demartini's books, CDs, & DVDs.»
Sugestões para os próximos nomeados poderão ser enviadas para o e-mail acima.
Boas leituras :)
Na apresentação pode ler-se «Este livro vai ajudá-lo a atingir os seus objectivos financeiros, pois apresenta uma forma totalmente nova de compreender e visualizar a natureza dos bens materiais. Os princípios e metodologias aqui explicados permitir-lhe-ão desenvolver uma relação saudável com a riqueza material – e espiritual – que está sempre ao seu alcance».
Mais informação sobre o livro e o autor no seu site pessoal, em drdemartini.com, onde se pode encontrar na página inicial um dos segredos para ganhar uma fortuna dos diabos: «Do you desire to achieve your full potential? Well, now you can through the purchase of Dr. Demartini's books, CDs, & DVDs.»
Sugestões para os próximos nomeados poderão ser enviadas para o e-mail acima.
Boas leituras :)
sábado, março 18, 2006
Zapping: Livros Difíceis
«Em 1597, Miguel de Cervantes foi preso em Sevilha, porque tinha algumas dívidas. Foi na prisão, onde permaneceu por três meses, que começou a escrever Dom Quixote de la Mancha.»
sábado, março 11, 2006
"era bonito ver, aqui no Saldanha, chover Montanhas Mágicas"
«Dois dias de viagem apartam um homem - e especialmente um jovem que ainda não criou raízes firmes na vida - do seu mundo quotidiano, de tudo quanto costuma considerar os seus interesses, cuidados e projectos; apartam-no muito mais do que esse jovem imaginava no fiacre que o levava à estação. O espaço que, girando e fugindo, se punha de permeio entre ele e a estação de origem, desenrolou forças que geralmente se julgam privilégio do tempo; de hora em hora o espaço determina transformações íntimas, muito parecidas com aquelas que o tempo origina, mas que, de certo modo, as ultrapassam.
Tal qual o tempo, o espaço gera o olvido; fá-lo porém, desligando a pessoa humana das suas contingências e pondo-a num estado livre, primitivo; chega até mesmo a transformar, num só golpe, um pedante ou um burguesote numa espécie de vagabundo. Dizem que o tempo é como o rio Lete; mas também o ar de paragens longínquas representa uma poção semelhante, e o seu efeito, posto que menos radical, não deixa de ser mais rápido.»
Depois de uma busca de vários meses, eis que de repente começaram a aparecer exemplares da Montanha Mágica: dois deles em segunda mão, de um vendedor que não tinha bem a noção dos livros que tinha, e outro ainda novo, duma livraria do Entroncamento que não o tinha conseguido vender... Nas conversas que se têm seguido, imaginámos: "era bonito ver, aqui no Saldanha, chover Montanhas Mágicas".
Esta imagem é do exemplar que ficou cá em casa, que para além do distinto cheiro a velho, tem uma dedicatória de 23/12/1958.
Na próxima tertúlia já teremos mais exemplares :)
Tal qual o tempo, o espaço gera o olvido; fá-lo porém, desligando a pessoa humana das suas contingências e pondo-a num estado livre, primitivo; chega até mesmo a transformar, num só golpe, um pedante ou um burguesote numa espécie de vagabundo. Dizem que o tempo é como o rio Lete; mas também o ar de paragens longínquas representa uma poção semelhante, e o seu efeito, posto que menos radical, não deixa de ser mais rápido.»
pág.8
Depois de uma busca de vários meses, eis que de repente começaram a aparecer exemplares da Montanha Mágica: dois deles em segunda mão, de um vendedor que não tinha bem a noção dos livros que tinha, e outro ainda novo, duma livraria do Entroncamento que não o tinha conseguido vender... Nas conversas que se têm seguido, imaginámos: "era bonito ver, aqui no Saldanha, chover Montanhas Mágicas".
Esta imagem é do exemplar que ficou cá em casa, que para além do distinto cheiro a velho, tem uma dedicatória de 23/12/1958.
Na próxima tertúlia já teremos mais exemplares :)
quinta-feira, março 09, 2006
Montra...
Pois, isto é quando se pode e não quando se quer. A ideia foi boa, mas quando o tempo não estica... Por aqui vamos falando de livros e tudo o resto, estejam eles na montra ou não...
«no papel, as palavras escondidas, as nuvens.
dizes não posso ser o mundo hoje, esqueces que
tu és o mundo. dizes não posso, e eu gostava que
soubesses sempre que um lamento dentro de mim
te repete. abro o papel dobrado e abro a noite
no céu. as árvores são distantes, as palavras
e talvez a música, a terra é distante no
papel dobrado que me entregas escondido
na mão.»
A Criança em Ruínas, de José Luís Peixoto, editado pela Quasi em Setembro de 2001 (5ª edição, Novembro de 2003).
NO AZUL ÁRABE DE SAMARCANDA
«Um domingo, no azul árabe de Samrcanda, Amid Aka viu caminhar ao seu encontro dois forasteiros. Vinham ao fundo da avenida e, seguramente, procuravam chegar à sua loja, famosa pelas melancias que se comem durante o tempo em que as areias de deslocam. Num dado momento, os dois viraram em direcção do seu alpendre de madeira que cobre, de sombra, algumas mesas. No lavatório, apoiado contra o muro externo, lavaram as mãos. Amid Aka foi buscar duas melancias à loja fresca. Quando regressou, sob o alpendre, viu que um dos dois homens já não estava. Ao pousar as melancias, diante do que ficara, pergunta-lhe a razão pela qual seu amigo se ausentara. O homem fixou-o, com o rosto envolto numa expressão de perda. Limpou a fronte, coberta por gotas de suor, e, exausto, levantou-se da mesa dando sinais de partir. Mas antes disse: «Desde há algum tempo que todos me vêem na companhia de alguém». E afastou-se, pesaroso, caminhando ao longo da avenida coberta de pó.»
Histórias para uma Noite de Calmaria (Il Polverone - Storie per una Notte Quieta), de Tonino Guerra (tradução de Mário Rui de Oliveira), editado pela Assírio & Alvim em Novembro de 2002.
«no papel, as palavras escondidas, as nuvens.
dizes não posso ser o mundo hoje, esqueces que
tu és o mundo. dizes não posso, e eu gostava que
soubesses sempre que um lamento dentro de mim
te repete. abro o papel dobrado e abro a noite
no céu. as árvores são distantes, as palavras
e talvez a música, a terra é distante no
papel dobrado que me entregas escondido
na mão.»
pág. 79
A Criança em Ruínas, de José Luís Peixoto, editado pela Quasi em Setembro de 2001 (5ª edição, Novembro de 2003).
NO AZUL ÁRABE DE SAMARCANDA
«Um domingo, no azul árabe de Samrcanda, Amid Aka viu caminhar ao seu encontro dois forasteiros. Vinham ao fundo da avenida e, seguramente, procuravam chegar à sua loja, famosa pelas melancias que se comem durante o tempo em que as areias de deslocam. Num dado momento, os dois viraram em direcção do seu alpendre de madeira que cobre, de sombra, algumas mesas. No lavatório, apoiado contra o muro externo, lavaram as mãos. Amid Aka foi buscar duas melancias à loja fresca. Quando regressou, sob o alpendre, viu que um dos dois homens já não estava. Ao pousar as melancias, diante do que ficara, pergunta-lhe a razão pela qual seu amigo se ausentara. O homem fixou-o, com o rosto envolto numa expressão de perda. Limpou a fronte, coberta por gotas de suor, e, exausto, levantou-se da mesa dando sinais de partir. Mas antes disse: «Desde há algum tempo que todos me vêem na companhia de alguém». E afastou-se, pesaroso, caminhando ao longo da avenida coberta de pó.»
pág. 82
Histórias para uma Noite de Calmaria (Il Polverone - Storie per una Notte Quieta), de Tonino Guerra (tradução de Mário Rui de Oliveira), editado pela Assírio & Alvim em Novembro de 2002.
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