domingo, janeiro 08, 2006

As histórias de 2005

Época de balanços, pois então. A edição de ontem do Mil Folhas traz-nos as melhores leituras de 2005 para um conjunto de autores, acrescentada da votação para escolher os melhores livros do ano passado, promovida pelo blog do Livro Aberto, que ainda decorre. Aqui ficam os livros que mais se destacaram.

Canta, ó deusa, a cólera de Aquiles, o Pelida
(mortífera!, que tantas dores trouxe aos Aqueus
e tantas almas valentes de heróis lançou no Hades,
ficando seus corpos como presa para cães e aves
de rapina, enquanto se cumpria a vontade de Zeus),
desde o momento em que primeiro se desentenderam
o Atrida, soberano dos homens, e o divino Aquiles.


Ilíada, de Homero (trad. Frederico Lourenço), Cotovia


"When the renowed aviation hero and rabid isolationist Charles A. Lindbergh defeated Franklin Roosevelt by a landslide in the 1940 presidential election, fear invaded every Jewish household in America. Not only had Lindbergh, in a nationwide radio adress, publicly blamed the Jews for selfishly pushing America toward a pointless war with Nazi Germany, but, upon taking office as the thirty-third president of the United States, he negotiated a cordial "understanding" with Adolf Hitler, whose conquest of Europe and whose virulent anti-Semitic policies he appeared to accept without difficulty."

A Conspiração Contra a América, de Philip Roth, Publicações Dom Quixote


Nestas salas escuras, onde vou passando
dias pesados, para cá e para lá ando
à descoberta das janelas. – Uma janela
quando abrir será uma consolação. –
Mas as janelas não se descobrem, ou não hei-de conseguir
descobri-las. E é melhor talvez não as descobrir.
Talvez a luz seja uma nova subjugação.
Quem sabe que novas coisas nos mostrará ela.


Os Poemas, Konstandinos Kavafis (trad. Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis), Relógio d'Água

Sem comentários: