...e também não é por roubar um pássaro ou um livro, que logo dá aos amigos, que o Alba tem as mãos sujas. chartapaciu@gmail.com
segunda-feira, março 28, 2011
Alberto Pimenta na Mia Soave
O novo projecto de Nuno Moura já dá frutos: o livro Reality Show ou a alegoria das cavernas e o cd Degrau (Cuidado), apresentados em conjunto pela Mia Soave, trazem-nos poemas de Alberto Pimenta. Podem ouvir aqui um excerto do cd: oito faixas de Ana Deus, Alexandre Soares, Pedro Augusto (aka Ghana X) e João Alves.
isbn: 9789899721500
miasoave@gmail.com
domingo, março 27, 2011
EDD'ORA ADDIO...‑ MIA SOAVE!...
Aos meus amigos d'Orpheu
‑ Mia Soave...‑ Ave?!... ‑ Alméa?!...
‑ Maripoza Azual...‑ Transe!...
Que d'Alado Lidar, Canse...
‑ Dorta em Paz...‑ Transpasse Idéa!...
‑ Do Occaso pela Epopéa...
Dorto... Stringe... o Corpo Elance...
Vae Á Campa...‑ Il C'or descanse...
‑ Mia Soave...‑ Ave!...‑ Alméa!...
‑ Não Doe Por Ti Meu Peito...
‑ Não Choro no Orar Cicio...
‑ Em Profano...‑ Edd'ora... Eleito!...
‑ Balsame ‑ a Campa ‑ o Rocío
Que Cahe sobre o Ultimo Leito!...
‑ Mi' Soave!... Edd'ora Addio!...
‑ Mia Soave...‑ Ave?!... ‑ Alméa?!...
‑ Maripoza Azual...‑ Transe!...
Que d'Alado Lidar, Canse...
‑ Dorta em Paz...‑ Transpasse Idéa!...
‑ Do Occaso pela Epopéa...
Dorto... Stringe... o Corpo Elance...
Vae Á Campa...‑ Il C'or descanse...
‑ Mia Soave...‑ Ave!...‑ Alméa!...
‑ Não Doe Por Ti Meu Peito...
‑ Não Choro no Orar Cicio...
‑ Em Profano...‑ Edd'ora... Eleito!...
‑ Balsame ‑ a Campa ‑ o Rocío
Que Cahe sobre o Ultimo Leito!...
‑ Mi' Soave!... Edd'ora Addio!...
Ângelo de Lima, in Orpheu 2, 1915
sábado, março 26, 2011
ó Laurinda, vai mas é fazer vestidos por medida e deixa-te de plágios
sábado, março 12, 2011
chegou hoje
«A literatura da segunda metade do século XX é um campo bastante batido e pareceria improvável que houvesse ainda obras-primas à espera de serem descobertas nas línguas mais importantes, intensamente patrulhadas. E, no entanto, há cerca de dez anos, vasculhando num caixote de livros de bolso no exterior de uma livraria da Charing Cross Road, em Londres, deparei precisamente com um desses livros, Verão em Baden-Baden, que eu incluiria entre as obras mais belas, exaltantes e originais do que há de melhor num século de ficção e de paraficção.
As razões da obscuridade do livro não são difíceis de supor. Para começar, o autor não era um escritor profissional. Leonid Tsípkin (1926-82) era médico - na verdade, um conhecido investigador na área da medicina, que publicou perto de uma centena de artigos em publicações científicas na União Soviética e no estrangeiro. Mas - abandonem-se quaisquer comparações com Tchekov e Bulgakov - este escritor-médico russo nunca viu uma única página da sua obra literária publicada em vida.
(...)
Em princípios de Março de 1982, Tsípkin foi falar com o chefe do serviço de vistos de Moscovo, que lhe disse: «Senhor doutor, o senhor nunca será autorizado a emigrar.» A 15 de Março, uma segunda-feira, Sergei Drozdov informou Tsípkin de que a partir desse dia deixaria de pertencer ao Instituto. Nesse mesmo dia, o filho de Tsípkin, que fazia uma pós-graduação em Harvard, telefonara para Moscovo a anunciar que no sábado anterior o pai passara a ser finalmente um autor publicado. Azary Messerer conseguira que um semanário de emigrados russos de Nova Iorque, Novaya Gazeta, aceitasse Verão em Baden-Baden, que seria publicado em folhetim. O primeiro episódio, ilustrado com algumas fotografias de Tsípkin, fora publicado no dia 13 de Março.
Na manhã do sábado seguinte, 20 de Março, dia em que fazia sessenta e seis anos, Tsípkin sentou-se à secretária para continuar a tradução para russo de um texto médico inglês - traduzir era uma das poucas maneiras de ganhar a vida que restavam aos refuseniks (cidadãos soviéticos, normalmente judeus, a quem tinham recusado vistos de saída e que tinham sido despedidos dos empregos). Subitamente sentiu-se mal (um ataque de coração), deitou-se, chamou pela mulher e morreu. Tinha sido um autor de ficção publicado durante sete dias exactamente.»
das páginas 39 e 46 de Ao Mesmo Tempo, de Susan Sontag, editado pela Quetzal em 2011
Verão em Baden-Baden, de Leonid Tsípkin, foi editado pela Gótica em 2003
As razões da obscuridade do livro não são difíceis de supor. Para começar, o autor não era um escritor profissional. Leonid Tsípkin (1926-82) era médico - na verdade, um conhecido investigador na área da medicina, que publicou perto de uma centena de artigos em publicações científicas na União Soviética e no estrangeiro. Mas - abandonem-se quaisquer comparações com Tchekov e Bulgakov - este escritor-médico russo nunca viu uma única página da sua obra literária publicada em vida.
(...)
Em princípios de Março de 1982, Tsípkin foi falar com o chefe do serviço de vistos de Moscovo, que lhe disse: «Senhor doutor, o senhor nunca será autorizado a emigrar.» A 15 de Março, uma segunda-feira, Sergei Drozdov informou Tsípkin de que a partir desse dia deixaria de pertencer ao Instituto. Nesse mesmo dia, o filho de Tsípkin, que fazia uma pós-graduação em Harvard, telefonara para Moscovo a anunciar que no sábado anterior o pai passara a ser finalmente um autor publicado. Azary Messerer conseguira que um semanário de emigrados russos de Nova Iorque, Novaya Gazeta, aceitasse Verão em Baden-Baden, que seria publicado em folhetim. O primeiro episódio, ilustrado com algumas fotografias de Tsípkin, fora publicado no dia 13 de Março.
Na manhã do sábado seguinte, 20 de Março, dia em que fazia sessenta e seis anos, Tsípkin sentou-se à secretária para continuar a tradução para russo de um texto médico inglês - traduzir era uma das poucas maneiras de ganhar a vida que restavam aos refuseniks (cidadãos soviéticos, normalmente judeus, a quem tinham recusado vistos de saída e que tinham sido despedidos dos empregos). Subitamente sentiu-se mal (um ataque de coração), deitou-se, chamou pela mulher e morreu. Tinha sido um autor de ficção publicado durante sete dias exactamente.»
das páginas 39 e 46 de Ao Mesmo Tempo, de Susan Sontag, editado pela Quetzal em 2011
Verão em Baden-Baden, de Leonid Tsípkin, foi editado pela Gótica em 2003
terça-feira, março 08, 2011
segunda-feira, março 07, 2011
A Very Kraftwerk Summer
«Published late last year, Christopher Hutsul's "A Very Kraftwerk Summer" (Koyama Press) is a tiny little fictional story of a summer spent with Kraftwerk. We follow Geoffrey, a kid hanging out with Kraftwerk - getting haircuts, setting off firecrackers, and going to the movies throwing popcorn at Devo, sitting in front of them.»
Para descobrir através do blog Düsseldorf Hbf, e das páginas da editora, a Koyama Press, e do autor, Christopher Hutsul.
Para descobrir através do blog Düsseldorf Hbf, e das páginas da editora, a Koyama Press, e do autor, Christopher Hutsul.
domingo, março 06, 2011
Agnès Varda e a leitura
«Vou encontrar Agnès Varda, combinei uma entrevista, fui convidada para um café. A conversa vai começando, enquanto ela resolve mudar a água de um jarro de flores. Conta-me estar muito cansada. «Levanto-me muito cedo, tenho muito trabalho e preciso de acordar às seis e meia da manhã para conseguir ler um bocado... Voltei a ler Proust... Se não lemos tornamo-nos imbecis». Deita-se então num pequeno divã dividindo-o com um grando quadro que se encontra aí encostado nas almofadas.»
da pág.33 do livro Agnès Varda, os filmes e as fotografias, editado em 1993 pela Cinemateca Portuguesa, por ocasião do ciclo cinematográfico e da exposição fotográfica com o mesmo nome.
da pág.33 do livro Agnès Varda, os filmes e as fotografias, editado em 1993 pela Cinemateca Portuguesa, por ocasião do ciclo cinematográfico e da exposição fotográfica com o mesmo nome.
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