sábado, maio 15, 2010

E se enfiassem as situações atípicas naquele sítio?

«Devido a um conjunto de situações atípicas - as condições atmosféricas adversas que se fizeram sentir durante alguns dias, a visita do Papa a Lisboa e as comemorações da vitória do Benfica no Campeonato Nacional - que condicionaram a visita à Feira do Livro de Lisboa, a 80ª Feira do Livro de Lisboa vai ser prolongada até ao próximo dia 23 de Maio.»

E foi assim que a APEL comunicou hoje ao público (através da sua página na internet) o prolongamento de uma semana da actual Feira do Livro. Chamar situações atípicas à visita do Papa e à vitória do Benfica (que já se sabia irem acontecer durante a Feira) e à chuva (imagino o que teriam dito se tivesse nevado) para justificar mais uma semana de caixas a facturar, é ainda mais ridículo que o fecho antecipado de 45 minutos no dia do FC Porto - Benfica (quando a Feira ficou deserta a partir das 19h30) e aquele (não) encerramento às 18h00 no Sábado passado porque tinha chovido.

Já se sabe que a maior parte dos participantes na Feira querem que esta esteja aberta mais tempo (daí o alargamento do horário este ano) dado que apenas uma minoria tem livrarias nas quais pode vender directamente ao público todo o ano. Porque não pensam nisso antes e param com estas palhaçadas a meio da Feira? Ou pensam que é fácil coordenar horários para as centenas de pessoas que nela trabalham, muitas delas a fazer jornadas diárias de 12 ou 14 horas? Assumam-se e tenham a coragem de propôr uma Feira de 2011 com seis semanas de duração, aberta das 10h às 23h. E depois até pode ser que a fome dê lugar à indigestão.

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