Este Os Mitos da Economia Portuguesa tem conseguido estar nos meios de comunicação social quase diariamente desde o seu lançamento, há algumas semanas. A última referência vem no artigo de Carlos Fiolhais, no Público de ontem, elogiando a obra e comparando-a a livros como Freakonomics e O Economista Disfarçado.
E diz assim: «A obra explica-nos que o atraso económico português tem muito a ver com o nosso atraso na chegada ao trabalho: segundo o autor, só chegamos a horas ao futebol e à missa.» Mas esse clássico atraso português está directamente relacionado com duas das maiores instituições portuguesas: a Ponte 25 de Abril e o café.
Não é possível ver ou ouvir um qualquer programa matinal na tv ou na rádio durante 5 minutos sem que na emissão surja o Paulo Ferreira de Melo ou um seu qualquer sucedâneo informando que a fila já chega à 2ª ponte do Feijó, a Coina ou, nos piores dias, a Marrocos, mas mesmo assim ainda há quem culpe a ponte pelo atraso de hoje (também já tinha sido ontem e antes de anteontem). E é óbvio que, depois do stress da ponte, ou da linha de Sintra, ou do 24, é necessário um shot de cafeína para o dia começar bem: um cafézinho para aqui, deixa-me cá passar isto da prateleira de cima para a de baixo, um cafézinho para ali, e assim se passa mais um dia de trabalho. Isto está directamente relacionado com a economia, mas no fundo, é um mito da sociedade portuguesa, outro dos quais está a sofrer um forte abalo neste início de ano. Engraçado como a parte de fora dos centros comerciais e edifícios de escritórios me fazem agora lembrar os tempos de escola.
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