Na penumbra da sala, um candeeiro
ocupa o centro do teu mundo.
Lês a vida pelo livro que seguras
na mão, aberto na mesma página.
Pelos vidros da janela, um resto de azul
esvai-se com a noite que chega.
Mas não vês o mundo, lá fora,
nem ouves nada do que se passa.
As flores murcharam na jarra,
o sofá continua vazio.
E lês a mesma página de sempre,
para que também a tua vida não mude.
por Nuno Júdice
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